Existe corte ideal para cada tipo de curvatura?

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Existe corte ideal para cada tipo de curvatura?

Você já ouviu falar de cabelo 1A, 2C, 3B ou 4A?

Essa combinação de letras e números se refere a um método de classificação de curvaturas capilares que tenta categorizar os fios em 4 grandes grupos: Lisos (1), Ondulados (2), Cacheados (3) e Crespos (4).

Cada uma destas curvaturas é subdividida em 3 “intensidades” marcadas pelas letras A, B e C.

Esse sistema, proposto por Andre Walker, se popularizou tanto aqui no Brasil, que passou a ser impresso em diversos produtos e tomou conta do vocabulário (e imaginário) de espaços de interação entre mulheres de cabelo natural.

Por mais que a divisão em produtos para tipo A, B ou C seja insuficiente (já que tira o fator “gosto da cliente” da equação), é comum que essa classificação transborde desses espaços e apareça na recepção, no lavatório e na cadeira do seu salão.

O que responder quando suas clientes pedem sugestões de cortes para curvaturas desse ou daquele tipo?

É sobre esse assunto que falaremos hoje!

Para que servem as classificações de curvatura?

Todas as tentativas de catalogar curvaturas levam a alguma lógica que agrupa fios semelhantes e separa aqueles com diferenças muito evidentes.

A separação de curvaturas em categorias ajuda as clientes a se identificarem com influenciadoras e amigas com cachos parecidos e, assim, trocar algumas dicas.

Muitas clientes que estão se descobrindo onduladas, cacheadas e crespas, passaram muito tempo tendo os cabelos cortados retos (muitas vezes, inclusive, alisados antes de cortar).

Por esse motivo, às vezes, quando ela procura um profissional especializado em cabelos naturais, ela usa sua curvatura como referência para o profissional: “quero um corte que fique bom em cabelo 3a” – por exemplo.

Se você está se perguntando quais as vantagens e desvantagens de cada curvatura, a seguir podemos destacar algumas destas questões.

Características de cabelos do tipo 2, 3 e 4

Cabelos do tipo 2, com curvatura em “S”, são mais próximos do liso do que outras curvaturas e, muitas vezes, clientes onduladas acham que tem cabelo liso “estranho”, quando na verdade tem fios ondulados.

Fios deste tipo costumam ser brilhantes e fáceis de desembaraçar, mas são cabelos onde o day-after (a definição nos dias seguintes à lavagem) é quase inexistente.

Os cabelos cacheados (ou do tipo 3), podem ser muito diferentes entre si, mas costumam ser fáceis de fitar e tem um fator encolhimento considerável.

Por último, mas definitivamente não menos importantes, os cabelos do tipo 4 são os crespos. Trata-se de uma textura versátil e poderosa, mas os fios deste tipo costumam ser frágeis e precisar de cuidados intensos.

Quando suas clientes chegarem com preconcepções a respeito de suas curvaturas, acolha essas questões, mas não esqueça de mostrar que o corte é muito mais que apenas a curvatura, e é disso que vamos falar a seguir.

É só a curvatura que deve ser observada na hora de escolher o corte?

Será que todas as mulheres com cabelo 2A, um ondulado bem aberto, ficam bem com o mesmo corte de cabelo?

Se você respondeu “não”, parabéns! Você está no caminho certo!!!

Mas se não é a curvatura sozinha que define que corte ficará legal na sua cliente, o que mais deve ser levado em conta?

  1. Estilo pessoal: por mais que alguns cortes sejam bastante versáteis em termos de visagismo, o estilo da sua cliente precisa ser levado em conta. Ela tem um estilo mais clássico, é descolada, é alternativa, gosta de tendências, é mais moderna? O estilo pessoal é um fator importantíssimo
  2. Como sua cliente se vê: Ela gosta do tamanho do pescoço? Tem vergonha das orelhas? Acha a testa grande demais? É importante que ela fale sobre estas coisas (pontos que ela gosta e que ela não gosta na própria aparência) pois quem precisa gostar do resultado e se achar bonita é ela.
  3. Técnica x Gosto pessoal: Um corte tecnicamente impecável nem sempre é o suficiente para encantar a sua cliente. Seu trabalho pode estar perfeito e ela não curtir, mesmo assim. Por isso é importante conversar com ela antes de colocar a tesoura para trabalhar, mas vamos falar mais disso no final dessa postagem.
  4. Quantidade de cabelo: Por mais que a textura seja importante no quesito volume, a quantidade de cabelo se torna essencial quando falamos de curvaturas mais abertas, em especial naqueles cortes que dependem de estrutura e volume.
  5. Foto x Realidade: Apesar da melhor forma de entender o corte que a cliente quer seja através de fotos, é importante discutir com sua cliente as diferenças entre a modelo da foto e ela: textura do cabelo, curvatura, quantidade de cabelo, tamanho do pescoço, largura de ombros, tudo isso precisa ser levado em consideração.

Os itens acima são fatores indispensáveis na hora de escolher um corte, mas não são os únicos. É importante que você incorpore nessa lista todos os pontos que você considera importantes.

E… se a cliente pede um corte que definitivamente não vai ficar igual na curvatura dela?

Todo profissional que trabalha com cabelos recebe clientes com expectativas, digamos, exageradas em torno de um corte de cabelo.

Uma das formas mais comuns disso acontecer é a partir de fotos de redes sociais, de influenciadoras e de artistas de cinema e televisão.

Sempre é bom fazer um ajuste de expectativas em relação à iluminação, maquiagem, apliques, perucas e outros truques de produção em fotos profissionais.

Mas, às vezes é necessário mais do que isso.

Se a cliente tem cabelo ondulado (um 2b, digamos) e pede um corte com volume na raiz (com a foto de um 3c, por exemplo) não se trata apenas de um ajuste de expectativa, pois é impossível que o corte deixe o cabelo da sua cliente igual ao da foto de referência.

Como profissional, você não é obrigado a cumprir as expectativas da sua cliente (em especial se elas forrem irreais), mas é essencial que você explique quais são as limitações do pedido dela sendo o mais sincero possível.

Nesses casos, ao invés de responder apenas “não dá para fazer esse corte”, use todo o seu conhecimento para explicar para a cliente todos os porquês pelos quais aquele corte não dará certo no cabelo dela.

Depois disso, a parte mais importante: é hora de oferecer alternativas. Mostre a expertise que faz de você o especialista.

Fale sempre a verdade para sua cliente, ela merece!

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