Curiosidades sobre Rótulos de Cosméticos

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Curiosidades sobre Rótulos de Cosméticos

Quem se aventura a descobrir o que está por trás das letrinhas miúdas dos rótulos de cosméticos tem dificuldade de voltar atrás.

As listas de composições dos nossos produtos favoritos estão cheias de pistas prontas para serem decifradas, mas muita informação sobre leitura de rótulos de cosméticos está entremeada de mitos e meias-verdades.

Pensando nisso, a gente resolveu trazer algumas informações sobre os rótulos de cosméticos para te ajudar nessa jornada de leitora de letras miúdas.

Pronta para se aventurar no fantástico mundo das composições cosméticas? Então pega a sua lupa e vem com a gente descobrir mais sobre os cosméticos do seu dia-a-dia.

A Lista de Ingredientes Aparece em Ordem: Mas que Ordem é essa?

Talvez você já tenha ouvido a informação de que os ingredientes de cosméticos aparecem em ordem decrescente na lista impressa na embalagem do produto, ou seja: do ingrediente em maior concentração para o ingrediente em menor concentração.

Infelizmente, esta informação é um mito. No Brasil, diferente de outros países (como nos Estados Unidos), os órgãos regulatórios não exigem qualquer padronização na ordem de impressão dos ingredientes de um cosmético.

Algumas empresas adotam esse modelo como parte de suas boas práticas, mas outras empresas preferem usar metodologias próprias.

A listagem dos ingredientes pode ser feita em ordem alfabética, na ordem em que os ingredientes foram adicionados à fórmula ou de forma completamente aleatória, pois não há qualquer regulamentação da ANVISA em relação à ordenação de ingredientes em rótulos de cosméticos.

Óleos Vegetais e Extratos Botânicos são Ótimos Ingredientes – Mas não Feche os Olhos para o Restante da Composição

Quem não gosta de um produto com óleo de coco, ou com água de rosas, ou com proteína de arroz?

Mas, o que estes ingredientes naturais estão fazendo nestas fórmulas, você já se perguntou?

Óleos vegetais, extratos botânicos e proteínas derivadas de plantas podem agregar funções bem bacanas aos cosméticos, mas também podem ser usadas como meros chamarizes, sem nenhuma função relevante para a fórmula.

Faz sentido que um shampoo tenha óleo de melaleuca? Sim? Não? Leia esse texto e depois conte para a gente se você acha que esse óleo essencial agrega algo à composição de um produto de higienização do couro cabeludo ou não.

O mesmo vale para uma máscara. Ela não é feita apenas com óleos e extratos vegetais. Os ingredientes hidratantes, as substâncias emolientes e os agentes condicionantes são essenciais para a produção de um ótimo tratamento capilar.

Observe as composições de cosméticos não apenas a partir dos ingredientes individuais, mas de forma integrada!

Fique de olho no “sem”, mas não esqueça do “com”

O marketing do “sem” tem ganhado cada vez mais espaço nas nossas prateleiras e quem faz Low Poo e No Poo ajudou a moldar essa tendência de mercado.

Entretanto, é preciso ficar de olho em estratégias de publicidade que destacam apenas o que o produto “não tem…”, aquilo que o produto é “livre de…”.

Ótimo, queremos saber o que “não tem” no produto que estamos prestes a comprar, mas também temos muito interesse no que ele de fato “tem”.

Lembre que os fabricantes nem sempre têm conhecimento suficiente para usar os termos da forma mais adequada, em especial quando se trata de No Poo e Low Poo.

É por esse motivo que às vezes produtos com o selo “sem petrolatos” têm outros oclusivos derivados de petróleo proibidos para as técnicas

As Promessas dos Rótulos Podem Induzir ao Erro

Muitas vezes, a escolha dos termos usados nas peças publicitárias (e dos rótulos também, por que não?) podem nos levar a cometer erros sem perceber.

A indústria de cosméticos é campeã no uso de termos com linguajar que se aproxima do técnico-científico como forma de passar confiança para quem potencialmente consumirá seus produtos.

É como se a marca usasse palavras difíceis como uma “escora” para o seu discurso, mas com olhar crítico é possível perceber, muitas vezes, que o uso destes termos é apenas uma forma de tentar parecer mais confiável. 

Um bom exemplo do uso de termos técnico-científicos é o do termo “shampoo micelar” na tentativa de implantar a ideia de que o shampoo é mais suave. Na verdade, todo shampoo, por conter surfactantes, é micelar – desde os suaves até os anti-resíduos.

Outro exemplo (que parece mentira, mas é real) é o caso de uma marca que estampava em destaque um selo de “recomendado por dermatologistas” no rótulo de seus produtos. O que poucas pessoas sabiam é que a “pesquisa” havia sido feita com apenas um profissional. A situação veio à tona e a afirmação foi retirada do rótulo – ainda bem.

Construa uma Relação de Confiança com Sua Marca Favorita

Como saber as funções dos ingredientes dos produtos que eu uso?

Ou a procedência de determinada matéria prima?

Os ingredientes da composição do meu creme para pentear favorito estão em ordem decrescente de concentração ou não?

Por que o shampoo que eu mais gosto não faz espuma?

Não tenha vergonha de fazer essas perguntas!

Como todas as relações, a confiança entre uma marca e você pode levar um tempo, mas conversas abertas e sinceras ajudam bastante na pavimentação dessa via de mão dupla.

Nosso canal de comunicação com você está, e sempre estará, aberto para todas as suas dúvidas!

Queremos te conhecer melhor e pode apostar que vamos ficar muito felizes em responder seus questionamentos!

Pergunte mesmo! Fazemos nossos produtos com muito carinho, pensando em cada detalhe e queremos muito te falar a respeito de tudinho que preparamos para você.

Sabe de onde vieram estas informações?

Denise Durante (2007). A seleção vocabular como estratégia argumentativa dos textos publicitários. Revista Diadorim, 2007, vol. 2, pp. 115-130. ISSN: 1980-2552

Lohman, M. E., Lio, P. A., & Xu, S. (2018). The “dermatologist recommended” label: Is it meaningful? Journal of the American Academy of Dermatology, 79(2), 394–396.

Surber, C., & Kottner, J. (2017). Skin care products: What do they promise, what do they deliver. Journal of Tissue Viability, 26(1), 29–36. https://doi.org/10.1016/J.JTV.2016.03.006

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