Emolientes: O que são e o que fazem por nosso cabelo?

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Emolientes: O que são e o que fazem por nosso cabelo?

O termo “emoliente” não é uma palavra difícil de se encontrar em rótulos e descrições de produtos para o cuidado dos cabelos e da pele.

Já se pegou pensando sobre qual poderia ser a função do Cetearyl Alcohol que você vê em praticamente todos os condicionadores, máscaras e cremes para pentear que você usa?

Se você já pesquisou sozinha o que é essa substância e se deparou com a palavra “emoliente”, sem entender do que se tratava, estamos aqui pra te falar um pouco mais sobre esta classe de substâncias.

No Dicionário Michaelis a palavra emoliente tem uma descrição bastante curta, mas super esclarecedora: “que amolece ou amacia”.

A função de ingredientes emolientes é justamente essa. Em alguns contextos, eles são usados em cosméticos como estratégias para amaciar e, em outras situações, para amolecer.

Amolecer a Pele, como assim?

Se pensarmos, tanto nos cabelos quanto na pele, é natural que tenhamos o desejo de tornar estes tecidos mais macios, correto?

Mas, a palavra “mole” pode remeter a um estado que a gente não costuma associar com uma pele ou cabelos bonitos.

Ficamos nos perguntando “quem gostaria de ‘amolecer’ os cabelos ou a pele?”

Por mais estranho que o termo pareça, há situações em que o amolecimento da pele é desejável.

Por exemplo: quando os pés ficam ressecados e a pele das solas fica endurecida, é comum que se usem emolientes para devolver elasticidade para este tecido, ou seja – amolecê-lo.

Isso é feito para melhorar a aparência e o sensorial dos pés e, em especial, para evitar rachaduras que podem ferir as camadas inferiores da pele.

O mesmo ocorre com as cutículas das unhas. Para mantê-las flexíveis, “deitadinhas” e mais fáceis de “empurrar” é comum que emolientes sejam colocados nas fórmulas de amolecedores de cutícula.

Dessa forma, além de hidratar a região, os produtos dedicados aos cuidados das mãos e unhas ganham um empurrãozinho para deixar as cutículas mais molinhas.

Ingredientes Emolientes nos Cabelos: Maciez, Maciez, Maciez!

Quando falamos de cabelos, os emolientes estão – praticamente sempre – na função de amaciamento.

Por esse motivo, eles estão presentes nos mais diversos produtos de condicionamento, tratamento e finalização.

Essa quase onipresença acontece porque, nestas etapas de cuidado dos cabelos, o amaciamento é um processo essencial para o resultado final: quem não gosta de cabelo macio?

Óleos vegetais podem funcionar como emolientes, mas, dependendo da formulação, isso pode significar um produto final com toque oleoso.

Esse efeito é bacana em alguns cosméticos e indesejável em outros, por isso existem emolientes com toque mais sequinho do que os óleos vegetais. Os álcoois graxos são um exemplo desse tipo de emoliente.

Os emolientes com toque seco ou acetinado podem ser usados sozinhos ou em conjunto com outros emolientes oleosos em busca de um equilíbrio da textura final.

Seu Cabelo Parece tão Macio…

Precisamos esclarecer um ponto importante.

O termo “emoliente” pode ser usado também para descrever produtos que oferecem um resultado que poderíamos chamar de maciez óptica.

Sabe quando você olha para um cabelo brilhante e com movimento e você (sem tocar) pode descrevê-lo como macio?

Alguns ingredientes emolientes podem ter justamente esse efeito, não necessariamente de uma maciez ao toque, mas de produzir uma aparência macia.

Emoliente é uma Característica do Ingrediente ou do Produto, mas não dos Cabelos

É comum que a gente se confunda e use o termo de forma incorreta dizendo: “meu cabelo ficou emoliente”.

Na verdade, quando usamos um produto com um ingrediente emoliente podemos dizer: “meu cabelo ficou macio”, ou até mesmo (por que não?) “meu cabelo ficou molinho” – porque essa é a ação dos ingredientes emolientes.

Um termo comum para descrever a ação dos ingredientes emolientes sobre os cabelos é “lubrificação”.

Isso porque seu efeito é comumente associado com a ideia de fios escorregadios e com toque sedoso.

Emolientes e Hidratação: 2 em 1? Como é isso?

Algumas vezes, ingredientes emolientes podem agir como agentes coadjuvantes no processo de hidratação (tanto da pele quanto dos cabelos).

Os ingredientes emolientes podem formar filmes sobre os fios e, a depender da porosidade destes filmes (do quanto a película formada sobre o cabelo ou pele é permeável), eles podem funcionar como agentes oclusivos.

Então, além de oferecerem um sensorial macio e uma aparência macia, os emolientes podem oferecer também propriedades oclusivas, que ajudam o processo de hidratação dos cabelos (e da pele também).

Emoliente no Shampoo? Para quê?

Você encontrou um emoliente em um shampoo? Achou estranho?

Por mais incomum que possa parecer, alguns shampoos contam com emolientes entre seus ingredientes.

Tratam-se de tecnologias recentes, onde os emolientes são agregados à fórmula limpante com o objetivo de repor ácidos graxos perdidos pela pele ou couro cabeludo no processo de limpeza.

Isso faz com que as chances de irritação da pele pelos surfactantes (os ingredientes de limpeza) sejam bastante reduzidas.

O resultado é a diminuição da perda de água transepidérmica e o ressecamento.

Exemplos de Emolientes em Produtos para os Cabelos

Para finalizar não poderíamos te deixar sem uma listinha. Prepare o print, o caderninho ou o Ctrl+C e Ctrl+V porque vamos listar abaixo 10 emolientes frequentemente encontrados em em produtos para os cabelos.

Vamos deixar de fora os óleos vegetais, porque esses você provavelmente já consegue identificar sozinha nas listas de ingredientes, não é?

Vamos colocar aqui embaixo 10 emolientes comumente encontrados em produtos capilares, olha só:

  1. Cetearyl Alcohol
  2. Stearyl Alcohol
  3. Cetyl Alcohol
  4. Caprylyl Glycol
  5. Dicaprylyl Carbonate
  6. Glyceryl Stearate
  7. Glycol Distearate
  8. Methyl Palmitate
  9. Cetyl Oleate
  10. Decyl Oleate
Sabe de onde vieram estas informações?

Ananthapadmanabhan, K. P. (2009). A Novel Technology in Mild and Moisturizing Cleansing Liquids Cosmetic Dermatology ® 307 (Vol. 22).

Knowlton, J., & Pearce, S. (n.d.). Handbook of cosmetic science and technology. Elsevier.

Loden, M. (2005). The clinical benefit of moisturizers. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, 19(6), 672–688. https://doi.org/10.1111/j.1468-3083.2005.01326.x

Mukherjee, S., Edmunds, M., Lei, X., Ottaviani, M. F., Ananthapadmanabhan, K. P., & Turro, N. J. (2010). Original Contribution: Stearic acid delivery to corneum from a mild and moisturizing cleanser. Journal of Cosmetic Dermatology, 9(3), 202–210.

Regan, J., Mollica, L.-M., & Ananthapadmanabhan, K. P. (2013). A Novel Glycinate-based Body Wash: Clinical Investigation Into Ultra-mildness, Effective Conditioning, and Improved Consumer Benefits. The Journal of Clinical and Aesthetic Dermatology, 6(6), 23–30.

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