Cabelos com textura? Diga-me onde estás que te direi qual o drama deles

Será que precisamos de uma bola de cristal para fazer esse tipo de previsão?

O ambiente em que estamos têm grande influência sobre uma série de fatores do nosso desenvolvimento: físico, social e emocional.

Nosso cabelo também sofre uma série de influências externas, desde a dureza da água usada no banho até o tipo de tecido usado na sua roupa de cama.

Além disso, condições climáticas também têm impacto sobre os fios de cabelo.

Você já percebeu como a aparência e a textura mudam de acordo com o clima?

Hoje, vamos falar justamente de alguns destes fatores climáticos que podem alterar a forma como vemos e sentimos nossos fios.

Mas, como este não é um post só de problemas, vamos trazer também formas de contornar estes efeitos capilares disparados por eventos climáticos que nem sempre são desejados.

Clima Úmido: nuvens de vapor e nuvem de frizz

Esse é (provavelmente) o tipo de clima mais temido pelas cacheadas, crespas e onduladas.

O primeiro impasse nestas condições, é que a umidade do ar pode ser um fator tenebroso para quem tem dificuldades de lidar com o frizz porque os cabelos ficam visivelmente mais elétricos durante dias de umidade mais elevada.

Para lidar com isso é possível buscar produtos com ativos antifrizz, como o Polyquaternium-7, agentes condicionantes super-desmaiantes como a Stearamidopropyl Dimethylamine e ingredientes naturais que podem reduzir o frizz como o extrato de aloe vera – leia sobre as propriedades da babosa aqui.

A segunda dificuldade em ambientes úmidos é que as finalizações feitas com géis, gelatinas ou geleias podem começar a “murchar” e perder a forma. Isso acontece porque o PVP (Polyvinylpyrrolidone), apesar de ser um ótimo modelador e estar presente em diversos produtos fixadores, não lida bem com ambientes em que a umidade é muito alta.

Sabe como você dá um jeito nisso? Buscando alternativas de fixação que evidenciem a resistência à umidade. Alguns ingredientes super-modernos como o Polyquaternium-68 oferecem ótima retenção de cachos e ondas, através de filmes flexíveis, mesmo em ambientes bastante úmidos.

O oposto da umidade: Clima Seco

Assim como na vida, posições extremas costumam ser uma roubada. O clima úmido tem desvantagens, correto? Será que o oposto dele é bom?

Será que nenhum cabelo gosta de clima seco? Difícil né? Tudo fica ressecado nesse clima: as cutículas, o rosto, os lábios e… eles mesmos: os cabelos.

Aqui não tem segredo, como faz quando a cabelo fica ressecado? A gente abusa dos ingredientes hidratantes! Como localizar eles nas composições de produtos? Dois dos agentes de hidratação padrão-ouro na formulação de cosméticos são super fáceis de encontrar: a Glicerina e o Pantenol.

Vale buscar produtos com estes ingredientes em todas as etapas de cuidado quando o clima está seco: na lavagem, no tratamento, no condicionamento, na finalização… se joga na hidratação (e se hidrate de dentro para fora também, é sempre bom: beba água!)

Brrrrrrr… E no Frio? O cabelo sofre também?

Os pés todo mundo sabe que sofrem no frio, se você descuidar o pé vira um picolé, não vira?

Os cabelos sentem indiretamente o impacto do frio, porque nossa rotina de cuidados é muito diferente quando as temperaturas estão baixas.

Um dos primeiros pontos a ser discutido aqui é o uso do secador. Entre congelar esperando o cabelo secar, dormir com o cabelo molhado ou usar o secador (muitas de nós com difusor para não perder a curvatura, não é?), muita gente opta (com razão) pelo secador.

O calor pode danificar bastante os cabelos, mas você pode reduzir esse dano usando o vento morninho (ao invés do super-quente) e usando finalizadores com proteção térmica. Você também pode parar de usar o secador com os fios 70 ou 80% secos e deixar o restante secar ao natural.

O segundo ponto de dano é justamente quando a gente resolve deixar o cabelo secando ao natural e está muito frio. O cabelo – quando fica molhado por muito tempo – também pode sofrer danos, para os cachos uma destas consequências pode ser a “abertura” da curvatura.

Então, se você não for usar o secador, procure uma janela com solzinho, um ambiente quentinho com fogão a lenha, lareira ou aquecedor, para ajudar esse cabelo a secar um pouco mais mais rápido.

Um terceiro drama são as toucas, em lugares muito frios. O cabelo fica amassado, cheio de frizz por causa do contato com a lã, como lidar com isso?

Dica nível profissional: use um lenço de seda ou cetim embaixo da touca. Envelope o cabelo no lenço e depois ponha a touca por cima. Bye Bye Frizz!

Mas e no calor que faz no verão brasileiro, de Norte a Sul… Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste?

Falar de usar touca pode ser uma realidade difícil de se identificar dependendo do lugar que você mora no Brasil, mas tem um clima que a gente compartilha de forma unânime: o calorão!

Aquele de janeiro, aquele de dezembro… onde ninguém resiste a um convite para um banho de mar, piscina, rio, cachoeira, lago ou mangueira…

Nessas possibilidades de se refrescar, duas podem dar aquela maltratadazinha a mais no cabelo: o mar e a piscina. O mar por conta do sal e a piscina por causa do cloro.

Dicas de verão para esses momentos. Passe um pouquinho de óleo (de coco, oliva ou amêndoas doces) ao longo dos fios secos antes de sair de casa. Antes de entrar no mar ou na piscina, se for possível, molhe os cabelos com água de torneira. Depois de curtir seu mergulho, sempre que possível, faça aquele co wash gostoso para tentar se livrar do máximo possível de cloro e sal.

Esses momentos de exposição solar também exigem cuidados em relação aos raios ultra violeta. A pele a gente defende com protetor solar ou roupas com FPS e os cabelos podem usar escudos semelhantes a esses. Você pode proteger os cabelos com produtos que contém filtros solares ou mantê-los na sombra com proteção física como chapéus com proteção UV ou turbantes de tecidos com tramas fechadinhas. Você curte seu dia de sol e seu cabelo fica preso dentro do chapéu: no escurinho

Como está o clima por aí?

Você já observou como seu cabelo se comporta em diferentes condições climáticas?

Conta para a gente como está o clima na sua cidade e como o seu cabelo tem se comportado?

Anotou alguma das dicas acima para testar? Conta tudinho para a gente, que estamos te esperando para bater aquele papo.

Sabe de onde vieram estas informações?

Davis-Sivasothy, Audrey. (2011). The Science of Black Hair: A Comprehensive Guide to Textured Hair. SAJA Publishing Company. 

Mustafa Varçin1, Britta Arendes, Peter-Grant Ross, Maria Labedzka, Slobodanka Tamburic (n.d.). An ex vivo comparison study: the effect of a fatty acid ester and a cationic silicone derivate on the protection of hair colour from washing and heat styling exposure.

Y. Zhou, R.; Rigoletto, D.; Koelmel, G.; Zhang, T.w. Gillece, L. Foltis, D. J. Moore, X. Qu, And C. Sun. (2011). The effect of various cosmetic pretreatments on protecting hair from thermal damage by hot flat ironing. Journal of Cosmetics Science 62.