Transição Capilar: 7 Dicas e Aprendizados com Isabel Borges

/
/
Transição Capilar: 7 Dicas e Aprendizados com Isabel Borges

Nossa Curly Boss – Isabel Borges -, a cabeça (cacheada e criativa) por trás de alguns dos mais famosos empreendimentos do ramo da beleza e dos cabelos com curvaturas e fundadora da Curly Care, concedeu uma entrevista pra gente e falamos bastante sobre transição capilar.

Hoje vamos compartilhar com você sete dicas e aprendizados que podemos cultivar a partir dessa experiência de transição vivida pela Isa.

1) Acesso às Ferramentas

Uma memória interessante que a Isa tem em relação ao cabelo com curvatura é a dificuldade com que sua mãe tentava arrumá-lo quando ela era criança.

Em uma época em que o conhecimento sobre os cabelos com curvas não estava disponível como hoje, cuidar deles podia ser uma tarefa desafiadora.

Hoje, parte do processo da transição consiste nesse movimento de acessar as ferramentas disponíveis para otimizar o cuidado dos cabelos com curvatura.

Touca de cetim, difusor, escovas para desembaraçar, pentes de fitagem… essas são só algumas das ferramentas materiais com as quais vamos ganhando autonomia em relação ao nosso cabelo.

Mas a palavra ferramentas também pode ser usada para descrever aparatos não-materiais que nos ajudam a cuidar dos cabelos: métodos de finalização, rotinas estruturadas de cuidados e técnicas como o Low Poo e o No Poo.

Podemos pensar nos próprios produtos utilizados na higienização, tratamento e finalização como ferramentas que precisamos aprender a usar de uma forma diferente.

A transição não é só uma mudança de curvatura, mas uma mudança das ferramentas (materiais e não-materiais) que usamos para cuidar dos nossos cabelos.

2) A Desconstrução de um padrão imposto

Eu sempre tive dificuldade de cuidar do meu cabelo, antes de entendê-lo melhor (…) assim que eu cresci um pouco, eu já quis alisar, para entrar dentro do padrão, para me sentir mais bonita“.

Essa é a realidade de muitas adolescentes e jovens onduladas, cacheadas e crespas.

Pressionadas por um padrão bastante limitado de beleza, os processos de alisamento viram companheiros de longa data destas mulheres.

A Isa, por exemplo, alisou os fios por 10 anos.

A mudança não aconteceu da noite para o dia, foi acontecendo aos poucos, a partir do processo de desconstrução e de um desejo de se reconectar com a própria identidade.

O que nos leva ao próximo item:

3) Um bichinho chamado curiosidade

Na história da transição da Isabel, a curiosidade desempenha um papel bem importante.

Começa com questionamentos do tipo “como será que é o meu cabelo?“.

Já em transição começam a surgir outras curiosidades: “como será que faz para deixar o cacho mais definido?“.

Foi também a partir da curiosidade a respeito de produtos importados para cabelos com textura que Isabel começou a empreender nesse mundo de onduladas cacheadas e crespas.

4) A transição é um processo íntimo de transformação

Muitas mulheres entram na transição achando que a transformação é estética e, muitas vezes, não só isso que acontece…

Trata-se de uma mudança interna também, que será diferente para cada pessoa passando por essa jornada.

Mas, é importante frisar que, mesmo sendo um processo de transformação íntimo, a transição não precisa ser uma experiência solitária.

Mesmo lá atrás, quando Isabel fez a transição dela e o material na internet sobre o assunto ainda era acanhado, foi possível encontrar uma sensação de partilha. “Encontrei outras mulheres que estavam passando pela mesma situação que eu e isso me deu muita força“.

5) A transição é um processo

Já usamos uma série de expressões que dão algumas pistas de como se passa pela transição.

Processo, jornada, experiência… Não se vive uma mudança grande, como a da transição, sem ajuda do tempo.

Mesmo quem decidiu fazer a transição ontem e raspa a cabeça hoje terá que lidar com os desdobramentos disso ao longo dos próximos meses.

Como falamos anteriormente: a transição é um processo íntimo de transformação e cada pessoa passa por ela de uma forma diferente. O que parece permanecer como constante é o tempo.

6) Transições não são irreversíveis

Algumas pessoas não sabem, mas a Isa passou por duas transições!

Na primeira, tentando lidar com as duas texturas, usou a chapinha e a escova para alisar temporariamente a raiz. Isso fez que com que, mesmo após tendo cortado toda a parte alisada do cabelo, ele ainda ficasse sem vida, sem definição, e parecendo que tinha química, o famoso efeito que se observa quando se faz muita escova e prancha nos fios, que acabam perdendo a sua curvatura natural.

Assim, na segunda vez, deixou as ferramentas de calor de lado e abandonou também a tintura.

Ela viveu essa fase de cabelo 100% natural, aproveitou esse período específico da vida e depois, decidiu mudar, outra vez.

Fico sempre com fogo de mudar a cor, e eu volto a tingir, porque é isso: A vida é curta, o cabelo cresce e a gente tem que aproveitar!” – comenta a empresária.

Muitas mulheres desistem da transição por que pensam “e se eu não gostar do meu cabelo?“. A verdade é que a transição não é uma decisão irrevogável.

Acreditamos que ter um objetivo claro, um “por que estou fazendo isso?“, pode ajudar nos momentos de dúvida dessa jornada.

7) Nem toda transição faz um big chop extremo

Na entrevista com Isabel, ela fala da importância de conhecer os próprios limites e buscar não forçar a barra.

Quando ela fez a primeira transição, foi cortando a parte alisada do cabelo de pouco em pouco, porque era apegada ao comprimento e achou que não daria conta de um big chop curtinho.

Se eu tivesse me forçado, eu poderia não ter gostado, ter me sentindo mal, e poderia ter dado um efeito reverso“.

A verdade é que não tem regra para a transição. Quem dita o quando, o como e o onde é você!

Quando a gente usa a hashtag #TakeBackThePower a gente está falando disso, também, de devolver o poder para as mãos de cada uma de nós.

Dica Extra: Estamos sempre em transição

A mudança é uma parte inevitável da vida.

Muitas das lições que aprendemos durante a transição podem ser úteis para outros processos de adaptação na vida da gente.

Quando estiver diante de algo novo, que exige uma adequação da sua parte, pense no que discutimos no post de hoje:

  • nas ferramentas disponíveis,
  • na desconstrução de padrões que você já conhece,
  • na curiosidade como aliada,
  • em como aquilo pode mudar você por dentro,
  • no fator temporal inerente a qualquer jornada,
  • na flexibilidade das suas decisões e,
  • no respeito dos seus limites

Esperamos que essas dicas possam ser úteis para o seu momento de transição, seja ele capilar ou não.

Start typing and press Enter to search

Shopping Cart