Fiz o Big Chop e agora? 5 coisas que você pode fazer depois de se livrar da química

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Fiz o Big Chop e agora? 5 coisas que você pode fazer depois de se livrar da química

Quem está na transição, passou por ela ou pensa em voltar para os cabelos naturais, em algum momento já fantasiou o que faria depois do big chop.

Para quem não conhece o termo, big chop é o apelido do corte que retira toda a parte com química do cabelo.

Algumas pessoas fazem este corte nos primeiros meses de transição, deixando para trás longas madeixas alisada e convivendo com cabelos bem curtos por algum tempo.

Já outras pessoas convivem durante longos meses com duas texturas para que o cabelo natural não fique tão curtinho depois do big chop.

Muitas mulheres passaram 5, 10… às vezes até mais de 15 anos alisando os fios.

Quando estas pessoas se deparam com a possibilidade de voltar a usar seu cabelo natural: o que elas têm vontade de fazer depois do big chop?

Novos Acessórios: brincos, lenços e muito mais

Uma frase famosa, atribuída à Coco Chanel, fala da relação da mulher com os seus cabelos: Quando uma mulher muda o cabelo, ela quer mudar de vida.

Uma mudança drástica e radical como a saída do cabelo liso para um cabelo com textura mexe com muitas coisas, incluindo suas formas de expressão através do estilo pessoal.

Quantas mulheres você conhece, que passaram pela transição e que têm na sua coleção de acessórios, um par de brincos em formato de pente garfo?

Passar pela prova de fogo do big chop transforma certos objetos triviais em símbolos de resistência, poder e afirmação.

A mudança do cabelo parece impulsionar, para muitas mulheres, uma mudança global da sua percepção estética: é ali que elas descobrem o poder das suas curvas.

Interesse por outros tipos de cuidado capilar

Quando se alisa o cabelo, as preocupações capilares costumam girar em torno de situações bem específicas.

Como manter o liso por mais tempo? Quais as incompatibilidades com o relaxamento que eu uso? Como faço para a chapinha durar mais tempo?

Com a saída do alisamento e do relaxamento de cena, as preocupações capilares passam a ser outras.

Quer-se um cabelo bonito, saudável e, de uma hora para outra, day after passa a ser uma palavra importante nas conversas com outras cacheadas e crespas.

Hidratação, Nutrição, Reconstrução, Umectação, Acidificação… Muitas vezes, essas palavras não faziam, parte do seu dia-a-dia e, pós transição, você se pega falando pelo menos uma delas por dia.

Piscina, mar, rio, lago…

A Netflix tem um filme bem interessante sobre alguns dos dilemas que mulheres alisadas enfrentam no dia-a-dia, o filme se chama “Felicidade por um Fio”

Um deles é muito fácil de se identificar.

Um grupo de crianças toma banho de piscina, enquanto uma menina de cabelo alisado fica do lado de fora.

Ao contrariar as instruções de sua mãe e entrar na piscina, os fios voltam à textura natural e a criança é ridicularizada pelos colegas.

Quem passou muito tempo dependendo do secador e da chapinha, fugindo até de uns pinguinhos de chuva, pode reencontrar um prazer que só existia na memória.

O cabelo natural permite aquele mergulho gostoso, um banho de mangueira em dia de sol ou aquela sensação gostosa de alma lavada que só um banho de chuva traz.

Depois do big chop, a umidade deixa de ser a inimiga número 1 do seu cabelo.

Dividir sua História com quem ainda não passou pela transição

O cabelo com textura é um quebra-gelo quase-infalível.

Na fila do banco, na parada de ônibus, na sala de espera do dentista, nas redes sociais… prepare-se!

Depois do seu big chop, é possível que completas desconhecidas te abordem para perguntar coisas sobre seu cabelo.

Que produtos você usa, como você finaliza, quanto demorou o processo de transição.

E assim, nessas trocas espontâneas, você influencia a vida de outras pessoas… às vezes sem nem saber o nome delas

Ser exemplo para crianças (às vezes sem nem conhecê-las)

Há alguns anos atrás, um vídeo de uma criança viralizou. Na frente da TV, a pequena cacheada diz, apontando para a apresentadora na TV: “esse é o meu cabelo”.

Quando se fala de representatividade, muitas vezes pensamos nesses lugares: televisão, cinema, literatura…

Mas o lugar de crespas, cacheadas e onduladas é em todo o lugar.

Assim como é importante que que crianças vejam pessoas com cabelos como os seus na mídia, é essencial que elas também vejam cabelo com textura em figuras próximas dela: uma professora, uma tia, uma prima, uma vizinha, a cabeleireira…

Muitas vezes, ao circular nas ruas do seu bairro, com as curvas do seu cabelo livres, você está ajudando a colocar no cenário da vida de muitas crianças a imagem de uma cacheada, uma crespa ou ondulada, normalizando, para ela, a existência de diferentes texturas.

Existir, tendo o cabelo com textura, já é um ato de resistência.

Você já passou pela transição?

Quantas pessoas ao seu redor deixaram de alisar os cabelos?

Você passou pela transição? Se esse tem sido um dilema na sua vida, o que podemos aconselhar é ter calma.

A transição, apesar de ter um resultado descrito por muitas mulheres como “libertador” não é um processo fácil.

Busque apoio em pessoas que entendam o seu desejo e faça as coisas com calma.

Converse com um profissional, discuta as suas dúvidas e tome suas decisões a partir da soma dos motivos racionais e emocionais envolvidos nesta jornada.

Não existe jeito certo e jeito errado de passar pela transição. O caminho não é fácil e cada um passa por ele da forma que consegue.

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