Alisamento mecânico: o que pode estar atrapalhando a sua transição

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Alisamento mecânico: o que pode estar atrapalhando a sua transição

Quando falamos em alisamento capilar e em transição para o cabelo com curvatura, é comum que a gente pense, de imediato, nos alisamentos e relaxamentos obtidos a partir de químicas de transformação.

Nestes casos, os fios são submetidos à condições específicas de pH, na presença de ingredientes que “quebram” algumas estruturas internas do cabelo e depois a curvatura é reconfigurada.

Muitas mulheres, depois de anos alisando os cabelos, começaram a abandonar a química, nomeando de “transição capilar” o processo de mudança do alisado para o cabelo com curvatura.

Se você quiser ler mais sobre o assunto, clique neste link e conheça 5 verdades e 5 mitos sobre a transição capilar.

Mas, por que estamos falando de transição na postagem de hoje?

Você já ouviu falar de Touca de Nero?

A Touca de Nero é uma forma de alisamento capilar que não envolve nenhuma química.

Os fios são esticados em mechas em volta da cabeça, presos com grampos e depois “apertados” com toucas feitas em tecido com stretch (ou meia-calça).

Mesmo sem chapinha, secador ou química essa técnica é capaz de deformar a curvatura dos fios, alongando e esticando (temporariamente) os cachos.

Por que estamos falando disso? Já, já você vai entender…

Memória dos Cachos

Talvez, você já tenha visto em materiais sobre cabelos com curvatura uma expressão curiosa: “memória dos cachos”.

Esse termo faz referência um fenômeno que profissionais que trabalham com cachos percebem com frequência.

Quanto mais se estimula a formação dos cachos, mais fácil se torna a longo prazo que eles mantenham o seu formato.

Logo após o big chop, por exemplo, não é incomum que os cabelos cacheados, crespos e ondulados demorem algumas semanas para assumirem seu formato natural.

A parte alisada era “pesada” e deformava a curvatura dos fios, fazendo com que fosse preciso estimular a formação dos cachos depois do big chop.

Transição com escova ou chapinha?

Muitas de nós, quando decidem entrar em transição, pensam: “bem… quando a parte cacheada estiver muito comprida eu posso usar a chapinha para igualar as duas texturas”.

Mas, na prática, essa ideia acaba não dando muito certo.

Isso porque o uso constante da chapinha (ou da escova), mesmo em temperaturas baixas e com a devida proteção térmica, altera a “memória” dos cachos, deixando a curvatura bastante diferente da sua verdadeira textura.

Mesmo quando o cabelo tem duas texturas, é imporante estimular a formação dos cachos.

Lembre-se que o cabelo alisado vai ser cortado. Tente priorizar o cuidado da parte com textura.

Chapinha, secador e dano térmico

Temperaturas altas podem ser bastante prejudiciais para a estrutura dos cabelos.

Diferente da pele, o cabelo não é capaz de se regenerar sozinho, e os danos produzidos pelas altas temperaturas da chapinha e secador podem ser irreversíveis.

Em temperaturas como as das chapinhas e muitos secadores, a queratina dos cabelos pode sofrer um processo chamado desnaturação que faz ela perder a sua forma original de forma irreversível.

O uso repetido piora esse quadro e quanto maior a temperatura, mais grave é a desnaturação da queratina.

Alisamento Mecânico – Quando o temporário vira permanente

O alisamento com ferramentas de calor (como a chapinha) pode parecer conveniente, pois parece um processo do tipo “lavou, tá novo”.

Infelizmente, não é assim que funciona.

O uso repetido da chapinha e escova interfere na memória dos cachos e a desnaturação das proteínas faz com que essa deformação se torne permanente.

Diferente da touca de nero, de coques e tranças que deformam temporariamente os fios, o uso de ferramentas de styling como a chapinha pode esticar a terxtura dos cabelos de forma irreversível.

Muitas mulheres que optam pelo uso de ferramentas de calor durante a transição capilar acabam passando por uma segunda transição, quando descobrem que o cabelo constantemente alisado com o secador ou chapinha perdeu completamente a memória dos cachos.

Como passar pela transição sem depender da chapinha e escova?

Talvez o maior desconforto durante a transição seja a convivência com duas texturas de cabelo ao mesmo tempo.

Por mais bem tratados que os fios estejam, chega um momento em que a coexistência das duas texturas faz o cabelo parecer estranho e mal-cuidado.

Existem algumas formas de lidar com essa situação.

No começo da transição é possível prender os fios em um rabo de cavalo, a parte lisa fica “pendurada” e a cacheada, próxima da raiz, fica mais disfarçada.

Com os fios mais compridos, é possível recorrer à texturização, enrolando a parte lisa (existem diversas técnicas de texturização para você testar) na tentativa de equalizar um pouco a diferença entre a sua textura e a parte alisada.

Repensar a data do seu big chop também é uma alternativa: será que o cabelo curto com sua curvatura natural não vai ficar mais bacana que as duas texturas? Pense nessa possibilidade com carinho e converse com seu cabeleireiro sobre o assunto.

Uma última dica: lembre-se sempre que o período de transição tem começo, meio e fim. A dificuldade com as duas texturas é temporária e, depois disso, você poderá curtir muito as mais diversas versões da sua curvatura!

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