Petrolatos: O que são, por que não são liberados para Low Poo e No Poo e como identificá-los?

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Petrolatos: O que são, por que não são liberados para Low Poo e No Poo e como identificá-los?

Os petrolatos são – provavelmente, um dos grupos de ingredientes mais lembrados entre os proibidos para Low Poo e No Poo.

Mas o que são petrolatos?

Em cosmetologia, o termo petrolatos não existe. Quando falamos em “petrolato” (no singular) nos referimos exclusivamente a um ingrediente específico, que aparecerá nas composições de cosméticos com um nome bastante parecido: Petrolatum.

Entretanto, ao falarmos de “petrolatos” no cenário do mercado de cosméticos contemporâneo, esse termo é entendido como mais do que apenas o petrolatum.

Isso porque o termo faz parte do vocabulário dos praticantes de Low Poo e No Poo e foi criado como uma espécie de “apelido” para resumir todos os ingredientes derivados de petróleo proibidos para estas técnicas.

‘Petrolatos’ fazem mal? O que eles fazem no cabelo? – a opinião de Lorraine Massey?

Certamente, Lorraine Massey é uma das maiores (se não a maior) influência para a proibição do uso de petrolatos nas técnicas Low Poo e No Poo.

No Curly Girl Method (o conjunto de técnicas defendido por Massey em seu livro ‘O Manual da Garota Cacheada’) alguns dos petrolatos são colocados na lista de ingredientes a serem evitados pelas cacheadas que seguem as dicas da autora.

Não há muitas explicações em relação ao motivo pelo qual óleos e ceras derivadas de petróleo devam ser evitadas no Método da Garota Cacheada.

Os motivos pelos quais o manual contra-indica o uso destes óleos são de que estas substâncias não são absorvidas pelos fios e, ao formarem um filme do lado de fora dos cabelos, podem repelir umidade.

Esse movimento de afastar umidade dos fios é visto pela autora como um ponto negativo, pois, segundo ela, pode dificultar o processo de hidratação dos fios, indispensável aos cabelos cacheados e crespos, por sua característica naturalmente seca.

O livro ainda afirma que esta camada de óleo mineral atrai sujeira que misturada ao filme oleoso em volta dos fios, acaba deixando os cabelos sem brilho e sem movimento.

O texto do manual continua falando do ciclo vicioso criado com o uso destes produtos: 1. lavagem com detergentes pesados que ressecam os fios; 2. tratamento e estilização com ceras e óleos derivados de petróleo que repelem umidade e se acumulam nos fios e por último (e o recomeço do ciclo); 3. o próximo dia de lavar onde os shampoos agressivos entram em jogo novamente.

O livro mais recente de Massey (Silver hair: say goodbye to the dye and let your natural light shine, que ainda não tem tradução para o português, mas a tradução-livre do título é Cabelo Prateado: diga adeus à tintura e deixe sua luz natural brilhar) deixa a posição da autora um pouquinho mais evidente, mas ainda bastante resumida.

Nessa obra mais recente, Lorraine afirma que o uso de óleos minerais é desnecessário, pois eles formam uma camada oclusiva sobre os fios e não oferecem nenhum benefício aos cabelos.

Massey fala também da possibilidade de ingredientes derivados de petróleo sofrerem contaminação por agentes carcinogênicos.

Entretanto, achamos importante deixar claro que os ingredientes derivados de petróleo usados na indústria de cosméticos no Brasil devem ter grau farmacêutico, ou seja, não podem ter quaisquer contaminantes.

A relação entre Petrolatos e detergentes agressivos

Outro ponto de vista é o da cientista da saúde, tricologista e escritora Audrey Davis-Sivasothy, autora do livro The Science of Black Hair (A ciência do cabelo negro, sem tradução para o português).

No livro citado acima, os motivos da contra-indicação são mais claros.

A autora fala que óleos derivados de petróleo podem repelir grande parte da hidratação dos fios e que a característica não-polar dos óleos minerais é o ponto que dificulta a higienização correta dos cabelos por shampoos suaves e outras estratégias delicadas de limpeza.

É no mesmo livro (a obra mais famosa da autora), que Davis-Sivasothy é categórica: rotinas que têm produtos com óleos minerais precisam de uma limpeza com surfactantes (detergentes) mais limpantes – como os sulfatos.

Todos os derivados de petróleo são proibidos para Low Poo e No Poo?

O petróleo está envolvido na fabricação e transformação de diversos ingredientes que usamos no dia-a-dia. Por mais que muitas pessoas busquem formas mais sustentáveis de consumo, os combustíveis fósseis ainda estão direta ou indiretamente envolvidos na fabricação de muitos produtos que consumimos.

Quando falamos de No Poo e Low Poo, os ingredientes derivados de petróleo proibidos para as técnicas são aqueles que formam filmes sobre os fios.

Por isso, ingredientes voláteis (aqueles que evaporam) e ingredientes solúveis em água (aqueles quem têm afinidade com água) são liberados para Low Poo e No Poo mesmo quando petroderivados.

Os derivados de petróleo proibidos para Low Poo e No Poo, os “petrolatos”, são os óleos minerais e parafinas.

Para terminar o post de hoje, separamos para você uma lista com 18 petrolatos evitados por quem faz Low Poo e No Poo, todos em nomenclatura INCI, o padrão usado em rótulos de produtos cosméticos em diversos lugares do mundo:

Alkane
Decane
Decene
Dodecane
Dodecene
Hydrogenated Polyisobutene
Isododecane
Isodedecene
Isoeicosane
Isoparaffin
Mineral Oil
Ozokerite Wax
Paraffin
Parafinum Liquidum
Petrolatum
Petroleum Jelly
Polyisobutane
Vaselin

Sabe de onde vieram estas informações?

Massey, L., & Bender, M. (2010). Curly Girl: The Handbook. (Expanded S). Workman Publishing Company.

Massey, L., & Bender, M. (2018). Silver hair: say goodbye to the dye and let your natural light shine. Workman Publishing.

Davis-Sivasothy, A. (2011). The science of black hair : a comprehensive guide to textured hair care

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