Óleo de Coco: Mocinho ou Vilão?
Apesar de ser um dos queridinhos em círculos de cuidados capilares naturais, nas receitinhas caseiras e na umectação nossa de toda semana, o óleo de coco não tem apenas fãs incondicionais.
Há quem não goste do resultado deste óleo vegetal e existe quem vá além e diga que o óleo de coco, até então mocinho, é um grande vilão.
Será que o óleo de coco enganou a gente esse tempo todo?
Hoje, vamos nos debruçar sobre algumas questões importantes a respeito deste ingrediente vegetal para tentar entender essa mudança de postura: será que o óleo de coco é mocinho ou vilão?
Exército de um soldado só
Um dos pontos de concordância com a anti-campanha ao óleo de coco é de que este óleo não pode ser usado como a única forma de cuidado dos cabelos, em especial se estiverem muito danificados.
A umectação pode ser um tratamento interessante, mas os cabelos podem precisar de outros ingredientes além da reposição lipídica.
Na Curly Care, temos um conceito que atravessa todos os nossos produtos, a ideia se resume em: um extrato, um óleo e uma proteína.
Acreditamos que, dessa forma podemos oferecer experiências mais complexas e capazes de abordar o tratamento em três frentes.
A composição da nossa máscara de tratamento inteligente, a Marshmallow, por exemplo, tem óleo de coco (além de outros óleos vegetais), mas não está resumida a isso.
Para oferecer um tratamento completo (H, N, R) é importante que estejam presentes outros “soldados” como proteínas, agentes condicionantes e substâncias hidratantes.
Óleo de coco: É para todo mundo? Serve para mim?
Sabe aquele papo de mãe: “mas você não é todo mundo”?
O discurso do óleo de coco também pode entrar nessa lógica.
Uma pessoa usa o óleo de coco e acha o resultado fantástico, outra pessoa usa o mesmo óleo e não fica legal.
Isso quer dizer que o óleo de coco é bom, ou isso quer dizer que o óleo de coco é ruim?
Nem uma coisa, nem outra… O que isso prova é apenas que a experiência de cada um é diferente e que, apesar de todos os cabelos serem compostos das mesmas substâncias, eles podem ser muito diferentes entre si.
No final das contas, é importante testar para saber se (e de que forma) o óleo de coco pode entrar na sua rotina de cuidados.
Experiência de aplicação: Que meleca!
O óleo de coco comestível tem um sensorial que não é ideal: ele escorre, ele mancha, ele meleca…
Nesse sentido, pode ser complicado trabalhar com ele no dia-a-dia.
Outro ponto de controvérsia é em relação a dificuldade de medir a quantidade a ser aplicada no cabelo.
Se usado de forma exagerada, em uma quantidade grande de uma vez só, pode ficar difícil retirá-lo dos fios.
Mas, a gente tem uma dica para ajudar a retirar a umectação com óleo de coco. Anota aí:
UCPE (Umectação, Creme, Pausa, Enxágue) com o No Spume da Curly Care
- Depois de deixar o óleo de coco agir pelo tempo escolhido, aplique uma quantidade generosa do No Spume no cabelo seco;
- Espalhe nos fios e deixe agir por 10 minutinhos
- Passada essa pausinha, molhe um pouco os fios com água morna (não enxágue, apenas adicione água);
- Massageie o couro cabeludo por alguns minutos até formar uma emulsão bem cremosa;
- Enxágue e, se necessário, lave novamente seguindo as instruções da embalagem do No Spume.
Você não precisa ficar com medo de deixar o No Spume agindo, apesar do nome Shampoo Creme, ele foi formulado para ter a ação de um co wash, ou seja, um condicionador de limpeza suave.
Por que o óleo de coco é bom para o cabelo?
Você já parou para pensar que apesar de alguns defeitinhos (como a dificuldade de aplicação e o fato de não ser um tratamento completo), o óleo de coco continua sendo o queridinho de muitas crespas e cacheadas?
O segredo disso pode estar por trás da composição desse ingrediente.
Já falamos um pouco a respeito do óleo de coco nesse post, clique se você quiser se aprofundar, mas, em resumo, essa fama está intimamente vinculada com a ideia de nutrição capilar.
O que tem no óleo de coco que meu cabelo gosta tanto?
O óleo de coco é composto majoritariamente por ácidos graxos saturados.
Isso quer dizer que a parte gordurosa do óleo de coco tem uma cadeia bastante simples e um formato linear.
Por conta dessa estrutura em linha dos ácidos graxos presentes no óleo de coco, os cabelos têm maior facilidade de absorver esse óleo.
Quando o cabelo está muito danificado, por exemplo pelo uso de shampoos tradicionais, o óleo de coco pode “repôr” temporariamente parte das substâncias oleosas que os fios perderam ao longo do tempo.
Isso faz com que o fio de cabelo fique mais resistente, resiliente, flexível e macio.
Mas o óleo de coco não é único óleo rico nesse tipo de ácido graxo. Outros óleos vegetais, como a manteiga de karité (presente na Marshmallow) também oferecem esse potencial de penetração conhecida popularmente como “Nutrição”.
Se liga nessa rima: Nem mocinho nem vilão – o óleo de coco é só uma opção
Assim como determinados alimentos são colocados na mídia como benéficos em um dia e maléficos no outro, o óleo de coco tem vivido um tempo de divisão de opiniões.
O que sabemos, de fato, é que o óleo de coco tem potencial para nutrição dos cabelos, pode ser difícil de aplicar e de retirar dos fios, não funciona para todo mundo da mesma forma e não pode ser o único ingrediente de tratamento no seu dia-a-dia.
Se você usa o óleo de coco e funciona, não descuide de outros pontos da sua rotina de cuidados e siga fazendo suas nutrições e umectações regularmente.
Agora, se você não gostou do resultado do óleo de coco, pode tentar usá-lo de outras formas: diminuindo a quantidade, por exemplo.
Para finalizar, é importante deixar claro que os óleos vegetais são bastante diferentes entre si, e se você não se deu bem com o óleo de coco, isso não significa que ele seja ruim.
Teste outros óleos vegetais, a natureza está cheia de opções e em alguma delas você pode encontrar o seu queridinho.
Sabe de onde vieram essas informações?
Lane, Victoria (2014). Coconut Oil For Hair Loss: Restore. Renew. And Regenerate Your Hair With Coconut Oil. Relentless Progress Publishing.
Michalun, M. V., & Dinardo, J. C. (2015). Skin Care and Cosmetic Ingredients Dictionary (4th ed.). Milady.
Rele, A. S., & Mohile, R. B. (n.d.). Effect of mineral oil, sunflower oil, and coconut oil on prevention of hair damage. In Cosmet. Sci (Vol. 54).
Ruetsch, S. B., Kamath, Y. K., Rele, A. S., & Mohile, R. B. (n.d.). Secondary ion mass spectrometric investigation of penetration of coconut and mineral oils into human hair fibers: Relevance to hair damage. In j. Cosmet. Sci (Vol. 52).